2º Prêmio Visual Design
Comercial/Corporativo – Ouro

Do conceito, ao visual e ao próprio nome, tudo neste projeto está à frente de seu tempo. Com 600m², o centro multifuncional UFO Space, localizado no ParkShopping de Canoas/RS, não visa ser apenas um endereço de coworking, mas sim uma plataforma empreendedora que reúne mentes diferenciadas num mesmo espaço de inteligência coletiva, capaz de impulsionar a geração e o desenvolvimento de negócios. O nome UFO vem da sigla em inglês Unidentified Flying Object, ou seja Objeto Voador Não-Identificado (OVNI). Já a inspiração partiu de ambientes de inovação e coworkings europeus, com referências na arquitetura sueca e escandinavatrazidas também pelos dois sócios do empreendimento – e na busca pelo até então desconhecido. E aí justificando o próprio nome. “A adoção de materiais urbanos e industriais como metal, pedra e madeira, de maneira criativa, destacando-os em sua forma pura e inalterada, ajudou a formalizar o conceito UFO. E pode ser visto no concreto de paredes laterais e no piso, na parede de aço, nas ‘pedras antigravitacionais’, que captam o sentido de Espaço Sideral, e nas luminárias circulares que foram deslocadas e rotacionadas para dar a sensação de OVNIs”, explicam os arquitetos Guilherme Busin, Francisco Tubino e Matheus Stringhini, que assinam o projeto desta primeira sede, com auxílio de Lucas Dutra.

Os ambientes são divididos a partir de um elemento estruturador, o muro de gabião com seixos de rio, as “pedras flutuantes”. Ao lado esquerdo fica a área comum com bar/café, mesas de trabalho rotativas, arquibancada, casulo acústico e área de eventos
Ao lado direito do muro, 11 salas privativas, área de descompressão, salas de reunião, de workshop, lockers e impressões.

O layout e a hierarquia de espaços também foram desenvolvidos para favorecer a integração sem comprometer os momentos mais particulares, com características marcantes nas questões funcionais, conceituais e de contextos físicos. Na fachada, um muro de gabião, composto por módulos metálicos preenchidos com pedras “flutuantes”, se posiciona como elemento estruturador e unificador. A cortina de aço e pedra percorr longitudinalmente todo o imóvel, dividindo as salas de reuniões e os escritórios dos ambientes compartilhados, como o café, a bancada de trabalho e a arquibancada. Ao longo de toda sua extensão acolhe nichos expositores, pequenos locais de trabalho e lockers. “A relação de negócios pode se dar no café, sentado na arquibancada, participando de um workshop, palestra ou relaxando deitado numa rede”, completam.

Feita de MDF padrão Itapuã, a arquibancada (abaixo) surgiu após a decisão de criar o segundo pavimento e acabou se tornando mais uma opção informal e interativa de trabalho.
O piso escolhido para o projeto foi o vinílico City Boston. Luminárias circulares dão a sensação de OVNIs, associando ao conceito UFO.
A rede da “área de descompressão”, onde a ideia é que a tensão seja aliviada e as pessoas retomem a criatividade, o foco e a energia.
Fachada de acesso.
No mezanino, do alto do pé-direito de seis metros, é possível ver os elementos estruturais, como dutos e vigamentos do próprio shopping, que foram deixados aparentes e somente pintados para materializar a ideia. Abaixo, os casulos acústicos. Módulos de madeira encaixados nas tramas de aço para permitir uma conversa “semiprivada” entre os usuários, já que não se trata de uma sala de reunião fechada. O estofamento interno dos nichos impede que o som das conversas reverbere.

FOTOS MARCELO DONADUSSI